Presidente da CNBB conclama a todos para promoção da paz
CNBB
- “Neste momento de crise que
vivemos no pais, conclamamos a todos, mais uma vez, para promover a paz,
rejeitando qualquer forma de agressividade ou violência nas suas
manifestações”, afirmou o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sergio da Rocha, durante
homilia, na missa de encerramento da 54ª Assembleia Geral da entidade. A missa,
na manhã desta sexta-feira, 15, reuniu os bispos de todo o Brasil, no Santuário
Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP).
Partindo
do objetivo geral das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no
Brasil (DGAE 2015-2019), dom Sergio fez sua reflexão da liturgia de hoje, que
apresenta a conversão de São Paulo, destacando que “somos chamados a ser Igreja
discípula, missionária, misericordiosa e profética”.
Igreja discípula
“Nós
somos e queremos ser, cada vez mais, uma Igreja de discípulos que vivem do
encontro com o ressuscitado e que se alimentam da sua palavra e da eucaristia”,
afirmou dom Sergio. Para ele, “nos tornamos discípulos pela graça de Deus,
porque a inciativa é sua”. Para trilhar o caminho do discipulado, há o chamado
a permanecer em Cristo, “comendo da sua carne, bebendo do seu sangue,
alimentando-nos do pão descido do céu, conforme o evangelho que ouvimos”,
sublinhou.
Misericordiosa
“Os
olhos de Saulo se abriram com a ajuda da Igreja, representada por Ananias. Uma
Igreja mãe misericordiosa e acolhedora, casa de portas abertas capaz de acolher
tantos caídos por terra como Saulo, incapazes de ver, de caminhar, necessitados
de mãos estendidas, de coração aberto para levantar-se das quedas, para caminha
na luz”, disse dom Sergio sobre a proposta da misericórdia. A manifestação
desse elemento também acontece no compartilhamento da “luz da palavra, que
oferece a graça de recuperar a vista quando o olhar da fé começa a se
enfraquecer”. “Uma Igreja que é exemplo do bom samaritano se faz servidora dos
que mais sofrem”, apontou.
Missionária
A
Igreja missionária, “em saída”, de acordo com dom Sergio, compartilha “a
experiência do encontro com Cristo, a alegria do evangelho, a alegria do amor
na família”, destacou o arcebispo lembrando as exortações apostólicas do papa
Francisco. “Por isso, como fez Ananias, possamos dizer a cada dia ‘aqui estou,
Senhor’, como Paulo, possamos sair e ir ao encontro de todos”, desejou. O
mandato missionário de Jesus, segundo o presidente da celebração, continua a
ecoar na Igreja hoje. “É preciso sair ao encontro daqueles que no mundo de hoje
vivem como Saulo, necessitados da luz da fé e do encontro com Cristo.
Necessitamos sair ao encontro das ovelhas mais sofridas e errantes do rebanho
de Cristo”, ressaltou.
Profética
O
profetismo da Igreja se dá, de acordo com dom Sergio da Rocha, na atenção aos
problemas sociais, “oferecendo a sua contribuição própria, à luz da fé em
Cristo, os valores e critérios que brotam do Evangelho para orientar a vida
política, econômica e cultural”. Nesse sentido, o presidente da CNBB destacou
que os pronunciamentos da Conferência Episcopal não se inspiram em ideologias
políticas, “mas na palavra de Deus e no magistério da Igreja”.
“Neste
momento de crise que vivemos no pais, conclamamos a todos, mais uma vez, para
promover a paz, rejeitando qualquer forma de agressividade ou violência nas
suas manifestações”, convidou.
“O
caminho a ser percorrido, é o caminho do diálogo que constrói, ao invés da
polêmica ofensiva. É o caminho da escuta dos que não podem gritar, no lugar do
grito que agride. É o caminho do debate respeitoso e não dos embates que transformam
em inimigos os que pensam diferente. Com violência, não se constrói uma nova
sociedade, nem se alcança justiça social. Ao contrário, a violência fere a
dignidade das pessoas e destrói o nosso povo e a nossa casa comum”, apontou.
Ação
de Graças
Em
sua homilia, dom Sergio também expressou o sinal de ação de graças pela 54ª
Assembleia Geral da CNBB, pela própria Conferência, pelos bispos, pela Igreja
no Brasil, pelos estudos e pronunciamentos que aconteceram nos dez dias do
encontro e pelo “valioso” documento aprovado sobre os Cristãos leigos e leigas
na Igreja e na sociedade, “chamados a ser sal da terra e luz do mundo”. O
presidente da CNBB também louvou a Deus pelo Jubileu Extraordinário da
Misericórdia.
Dom
Sergio encerrou bendizendo a Deus “pelo caminho percorrido até aqui”, mas
considerou ter “longo caminho a percorrer para responder fielmente ao mandato
missionário de Jesus Cristo”. “Alimentados pela sua palavra e pela eucaristia,
na força do Espírito Santo, esperamos crescer com todos, especialmente com os
cristãos leigos e leigas, cuja presença e missão queremos valorizar e promover
sempre mais”, disse.
A
missa foi concelebrada pelo arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da
CNBB, dom Murilo Krieger, e pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral
da entidade, dom Leonardo Ulrich Steiner.
Na
procissão de entrada, estiveram os bispos do Conselho Permanente da CNBB, que
envolve a Presidência da entidade, os presidentes das 12 Comissões Episcopais
Pastorais e dos Regionais da Conferência.