NATAL: O ETERNO ENTRA NA HISTÓRIA
Caríssimos irmãos (ãs), estimados
devotos de São José de Ribamar, estamos no tempo do Advento, tempo de espera,
de preparação para o Natal do Senhor. O tempo do advento possui dois aspectos
especiais. O primeiro diz respeito à vinda próxima de Jesus, ou seja, à sua
Encarnação, entrada na história humana, a qual celebramos no Natal. Os pontos
culminantes do Natal são as celebrações dos dias 24 e 25 de dezembro. O segundo
aspecto importante do Advento é a preparação para a vinda de Jesus no fim dos
tempos, ou seja, no julgamento final. Este segundo aspecto do advento quer
ressaltar que Jesus, homem e Deus, é princípio e fim de todas as coisas (cf. Jo
1,1; Ap 1,8). Foi Ele que, com o Pai e o Espírito Santo, criou todas as coisas
e será Ele que, no final da história, julgará a humanidade (cf. Mt 25,31-46).
Quer dizer também que a figura deste mundo é efêmera, passageira, “nós
caminhamos sobre a terra, mas somos cidadãos do céu!” (Carta a Diogneto). Neste
sentido, o Advento já anuncia o que celebraremos ao longo do ano na liturgia da
nossa Igreja: nós celebraremos os mistérios da vida, da morte, da ressurreição
e da Ascensão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Celebraremos também, na
liturgia, o Espírito Santo, pelo qual Jesus se encarnou no ventre da Virgem
Maria (Lc 1,35).
As três grandes figuras do
Advento são o profeta Isaías, que anunciou a vinda do Messias, Filho de Davi,
filho de Deus (cf. Is 7,14); João Batista, o último profeta do Antigo
Testamento, Ele que mostrou Jesus presente no meio do povo: “eis o cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29); e a Virgem Maria, no ventre da qual o
Verbo de Deus se fez Homem (cf. Lc 1,31-35).
O Natal significa para nós
cristãos a encarnação de Deus na vida e na história, Deus que assume a forma
humana para se solidarizar com a humanidade, para nos resgatar do pecado e da
morte. No Natal, o Eterno, o Divino entra no coração do homem, assume a sua
forma, abraça-o por inteiro. Deus assume o homem, a sua carne e sangue, a sua
alma, para, na Páscoa, na Ressurreição, torná-lo divino, eterno em Jesus morto
e ressuscitado, glorificado à direita do Pai para sempre. Entre Natal e Páscoa
há uma relação de sentido que é muito importante. No Natal é Deus quem desce ao
Homem. Na Páscoa, na Ascensão, é o homem quem é elevado por Jesus e em Jesus
até Deus, até à glória da Trindade. O Natal é por isso, tempo de lembrarmos que
somos amados por Deus e, por isso, é tempo de reavivarmos o nosso amor, a nossa
solidariedade uns pelos outros.
Bom Advento! Feliz Natal!
Pe. Cláudio Roberto Santos Cruz